Uma página da rede social de Zuckerberg com pouco mais de 2.000 curtidas diz ter números oficiais de diversos famosos como Larissa Manoela, Thomaz Costa e outros artistas mirins, em sua maioria do SBT.
Os telefones segundo o perfil, vem de “acessores” [sic] dos próprios atores que encaminham os números. A página em diversos momentos reconhece que “não sabe se os números são verdadeiros” ou que não é certo divulgar números alheios, mas mesmo assim os publica.
A grande maioria do casting infantil do SBT vem da região sudeste do país, em específico, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo a ANATEL, os DDDs da regiões são do 11 ao 19 e 21 ao 24, respectivamente, bem diferente dos contatos apresentados na rede: em sua maioria 85 (Ceará) e 79 (Sergipe). A página explica:
Tem muita gente dizendo que o número que eu passos dos artistas não tem o DDD 11 (de São Paulo). Pessoal, primeiro: eu não sei se é oficial os números que eu passoaté porque tem muita gente que imita! Mais os artistas costumam usar DDD diferente do da cidade deles, para correr menos risco de alguém descobrir o número.
A página na verdade se mostra um clickbait, ou no bom português, um caçador de cliques e curtidas. Com o uso de hashtags sugestivas e conteúdo imperativo, mensagens como a seguir são frequentes dentre as publicações.
Encontrei o número da Anitta e do Júlio Cocielo, com 30 CURTIDAS postarei o número! (Não tenho certeza se é oficial) ?#CurtaEssaPublicação
A NBS Plus encontrou outro agravante. Numa publicação realizada no dia 28 de setembro de 2016, foi solicitado que nos comentários, crianças preenchessem a uma lista de perguntas na qual incluía a idade das mesmas. A finalidade daquelas informações seria para tornar uma crinaça gestora de conteúdo daquele perfil.
Não é apenas uma página
No Facebook estimasse que existam mais de 200 páginas “especializadas” no compartilhamento de números de famosos. Sem contar em perfis em outras redes sociais como Twitter e grupos fechados de WhatsApp.
O maior problema é o risco que essas contas oferecem, tornando esses recintos um ninho de crianças expostas a possíveis pessoas má intencionadas.
A página destaque da reportagem não se pronunciou até o fechamento da matéria.